Postado em Reduzir, Reutilizar, Reciclar em 13/04/2011 às 17h45
Pesquisadores brasileiros desenvolveram plástico a partir da extração de nanocelulose obtida de frutas como a banana/Foto:Fernando Stankuns
Pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram um novo plástico a partir da extração da nanocelulose obtida de frutas e vegetais como a banana, o abacaxi e a casca de coco.
Esta inovação pode ser mais resistente, leve e limpa do que os materiais produzidos hoje no mercado e, segundo o engenheiro agrônomo Alcides Leão, o plástico retirado destas nanofibras pode ter muitas utilidades, inclusive na substituição dos materiais convencionais.
Processo de obtenção
As nanoceluloses obtidas dos vegetais e frutas são fibras muito menores do que a celulose, extraída principalmente da madeira. Ela já foi extraída anteriormente por outros processos, inclusive através do lodo de empresas de celulose e papel.
No processo dos pesquisadores da Unesp, folhas e caules de abacaxi e demais plantas vão para um equipamento que se parece com uma panela de pressão. Nela acontece o “cozimento” em vários ciclos e o produto final retirado é um material fino, parecido com o talco. As nanofibras são tão pequenas que apenas 50 mil delas poderia cobrir o diâmetro de um fio de cabelo humano.
Benefícios sustentáveis
Os resultados da pesquisa dos cientistas paulistas, apresentados na 241ª Reunião Nacional da American Society, na Califórnia, mostraram as vantagens que o bioplástico poderá trazer para a população mundial.
Na indústria automobilística, o aumento de segurança e a diminuição do peso do veículo serão os principais benefícios do novo plástico. O acréscimo na proteção se dará porque os plásticos com as nanofibras de frutas incorporadas têm maior resistência a danos motivados pelo calor e por derramamento de líquidos como a gasolina, de acordo com Alcides Leão.
Além disso, as reduções no peso provocadas pelos bioplásticos vão influir diretamente na economia de combustível dos carros.
Leão frisou também as melhorias no quesito sustentabilidade do material. "Esse processo é de baixo impacto ambiental. Mas o mais importante é que fazemos isso a partir de resíduos antes dispostos no ambiente, seja em aterros ou seja em processos de queima ou compostagem", declarou o pesquisador, apontando que a fonte para o plástico é totalmente renovável e abundante, já que para cada 1 kg de nanocelulose poderão ser produzidos 100 kg de plástico.
Testes na área de veterinária e de biomedicina também estão sendo produzidos. A razão principal disto é que o material poderá reforçar alguns instrumentos como os curativos, próteses, implantes, pinos dentários e meniscos.
"Também pode ser utilizado pela indústria aeronáutica e na reposição de plásticos em geral", acrescentou o cientista, que revelou que os custos para a fabricação do material ainda estão incertos.
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